A Ilha dos Sonhos
-"Cai a noite... espreita a Lua nas Montanhas do meu horizonte, sombreando a vasta nobreza do Esplendor que meus olhos enxergam. Ao longe... o Sol beija o mar e vai-se embora, rompendo a Aurora noutro lugar; um novo dia vai reinar... e roda a Bola sem parar".
Foram estas as últimas palavras dum velho legado, proclamando em testamento a Vida Pacífica do seu Ornado, na Ilha dos Sonhos, deslumbrando a paisagem a dois tempos, sentindo-se a... vaguear acordado por caminhos jamais imaginados... num mundo irreal! Continuou caminhando sem destino por atalhos desconhecidos, quase como um perdido numa feira apinhada de fantasias, e de repente... o trilho terminou num abismo, no qual se precipitou sem querer, quase como que empurrado. Num impulso sentiu-se voando sobre copas de Árvores que decoravam uma Floresta... um Bosque... um Jardim... um ninho de Plantas... um emaranhado de cores que enfeitava tão vasta paisagem, mais parecendo uma tela pincelada de motivos ajardinados, salpicada a mil e uma cores; uma Flor gigante!
Foram estas as últimas palavras dum velho legado, proclamando em testamento a Vida Pacífica do seu Ornado, na Ilha dos Sonhos, deslumbrando a paisagem a dois tempos, sentindo-se a... vaguear acordado por caminhos jamais imaginados... num mundo irreal! Continuou caminhando sem destino por atalhos desconhecidos, quase como um perdido numa feira apinhada de fantasias, e de repente... o trilho terminou num abismo, no qual se precipitou sem querer, quase como que empurrado.
- Lindo! Lindo! - ovacionou o Velho no seu silêncio, voando como um pardal estouvado... brincando no tempo, tirando partido da aventura no seu primeiro salto. E lá continuou sobrevoando aquela Flor gigante em formato de Bola; uma miniatura do Planeta Terra... malhado de todas as cores possíveis. Procurou uma porta de entrada naquele Mundo desconhecido, mas após muitas e muitas voltas à volta da Bola Colorida... nada encontrou. Parou no tempo e olhando em seu redor... deslumbrou-se pela vista de Astronauta; uma "Bola Azul" pairava na imensidão de um Tecto Estrelado.. lá longe!
- A Terra! A minha casa está ali... lá longe! Como voltarei?! - meditava o Velho, esquecido de "Si". Nesse instante... dançou num remoinho de vento, levitando como uma pena, e com pezinhos de lã rompeu um suave telhado ajardinado; uma fina ramada macia... como veludo, cobria o novo mundo que surgira a seus pés. E perante seus olhos ameninados nascera um Mundo de brincar, no qual entrou e pasmou por... tudo quanto viu!
- Mas que lugar este... emanado de Paz! Um Jardim... um Paraíso sem igual! Será que é mesmo verdade? - meditava o Velho, interrogando-se a si mesmo. - Onde estou?! Pensei que não existissem mundos assim!...
Mas afinal havia lugares assim, ele estava lá... num desses, naquele Mundo de brincar. Num impulso bradou aos Céus, gritando... na esperança que alguém o pudesse ouvir, e em poucos segundos o eco do seu grito abafou o silêncio que até ali pairava. Um coro afinado expandiu pelo arruado de Árvores perfiladas em dupla ala, formando portentosas colunas ... alinhadas por sombras provocadas pelos raios de Sol que rompiam por entre as Folhas e Flores que telhavam a Floresta. Desabrochavam brechas de Luz por tudo quanto era espaço, fazendo inveja aos melhores e mais belos Vitrais que ornamentam as Catedrais. As Árvores abraçavam-se através de seus longos ramos... como se de braços se tratassem, embrenhando-se-se e entrelaçando-se de "Irmã" em Irmã" arquitectavam imponentes Arcadas que sustentavam uma Abobada Natural!
Alucinado por tamanha Preciosidade o Velho julgou-se Monge sob os Claustros dum Convento Franciscano, num Monumento com corredores Abobadados e pintados de Frescos Naturais. As variedades de Flores que pendiam das ramagens davam cor e aromatizavam toda a área circundante, polvilhando um doce Incenso na Brisa que gemia ao soprar na Folhagem, soando uma "Melodia de Embalar".
Estático ao centro da Avenida... ainda incrédulo, alongou o ângulo de visão até ao fundo do Corredor Arborizado, saboreando a magia do lugar. Alinhou em frente e em passo solene desfilou descalço sobre um fofo Tapete de Folhas jazidas que se estendia ao longo de tão Nobre Galeria.
As Árvores murmuravam ao sabor da Brisa perfumada e suas copas dançavam uma Graciosa Valsa apaixonante, abrilhantando a Gala à Luz das lamparinas psicadélicas... geradas pelos raios de Sol que nelas se infiltravam, simulando uma iluminação de Natal; um Presépio animado dos seus tempos de Criança.
“Ornada” a Vénia ao Majestoso rodou sobre si e avançou em direcção à Capela-Mor, caminhando em pé descalço... vestindo a pele dum Anjo Soberano, legado daquele reinado. Um Manto Verde revestia o Recinto Espiritual... como um tapete, com rochedos a enfeitarem a paisagem deslumbrante que o brindava, mais parecendo um Colar de contas prateadas ornamentando uma Tiara.
- Mas será que estou aqui! - meditava no seu silêncio... pedrado pela fantasia, sentindo que aquele mundo era seu... e só seu. - Mas quem desenhou tão belo lugar no meu pensamento!? Isto é a brincar! Será que estou a sonhar?!
E para acalmar o entusiasmo sentou-se numa das várias pedras soltas, os bancos de... sofá, que jaziam sobre o Verde Tapete Natural.
- Mas... ouço um murmúrio no ar! Será alguém a espiar? Mas quem!? Estou a delirar... ou a sonhar?! - interrogava-se o Velho, confuso naquele Mundo.
Depois da pausa para reflexão o Velho levantou-se e lançou o olhar explorador perante a imensidão, mirando a vasta Floração que o rodeava.
Nas ladeiras ao pé do lago desabrochavam Flores Silvestres de todas as espécies e cores, misturando-se pelo Verde Tapete de Trevos e Ervas daninhas que cobriam o chão. As Cercas dos Arruados vestiam-se de Roseiras, Lírios, Hortênsias e Sabugueiros, forrando Floridas Sebes ao longo dos carreiros sombreados pelas Ramadas de Cachos, Eras e outras Trepadeiras. Nas encostas dos Valados pendiam Chorões, Musgos, Funchos... e Morangueiros que acompanhavam o riacho na viagem até à foz, mergulhando em queda livre, roçando a falésia... borbulhando em cascata até à bacia do lago. A água luzia como um diamante beijado pela Luz do Sol, cintilando um azul-turquesa... anelado pela multi-cor que o rodeava; um arco-íris que se formava quando o Sol esbarrava no orvalhado da queda de água.
- Soberba paisagem... como num conto de Fadas! - pensou o Velho, fixando o olhar no cristalino espelho de água... onde seus olhos bebiam e brilhavam, como estrelas iluminadas pelo Rei Sol.
-“Quem gerou tamanha Jóia neste mundo de ninguém?!” - e juntando as mãos em concha usou-as como megafone... gritando com voz forte para quem o pudesse ouvir.
- Estou aquiiiii! - e de novo seu grito ecoou no espaço, dando o recado em várias frentes até ficar calado, mas num instante surgiu um sinal no fundo do Vale... adormecido a seus pés. Uma Manta Colorida deslocou-se no Céu Azul como um Véu, esvoaçando ao sabor da Brisa! Uma salada de Verdes, Encarnados, Amarelos, Anilinas... e muitas outras cores do imaginário coloriram o Tecto Azul numa Aurora Boreal! Mas a surpresa não se ficara por ali...
- Ohoo! Afinal não estou só! Mas... isto é Vida! Viva a Vida! Viva a Vida! - exclamava o Velho, entusiasmado pela companhia das muitas espécies de Aves que sobrevoavam o lugar, tornando o lugar num Paraíso sem igual. E num abrir e fechar de olhos o cenário mudou de visual, como que içando o pano numa peça de teatro. Ao palco subiram vários Personagens... de muitas espécies, algumas jamais vistas em qualquer parte do outro Mundo, aquele que pairava lá longe... suspenso no Céu. Naquele momento a ansiedade apoderou-se de si e por instantes a distância gerou solidão, sentindo-se só num Mundo longínquo do seu... e sem os "Seus".
- Mas... mas como sabem que estou aqui?! - meditava o Velho, viajando no tempo. - Aqui... onde?! Onde?! Eu não me despedi de ninguém! Como sabem que estou aqui se não informei ninguém?! Ninguém! E... nem eu sei onde estou!
O desespero aumentava e disputava a razão de causa por um sentimento entre dois Mundos: o presente... emanado de Paz, e aquele outro Mundo lá longe... parco do mesmo. O sentimento batera no fundo e o desejo de regressar ainda roeu a corda ao velho da urge, mas como... se nem ele sabia como fora ali parar?!
Nas ladeiras ao pé do lago desabrochavam Flores Silvestres de todas as espécies e cores, misturando-se pelo Verde Tapete de Trevos e Ervas daninhas que cobriam o chão. As Cercas dos Arruados vestiam-se de Roseiras, Lírios, Hortênsias e Sabugueiros, forrando Floridas Sebes ao longo dos carreiros sombreados pelas Ramadas de Cachos, Eras e outras Trepadeiras. Nas encostas dos Valados pendiam Chorões, Musgos, Funchos... e Morangueiros que acompanhavam o riacho na viagem até à foz, mergulhando em queda livre, roçando a falésia... borbulhando em cascata até à bacia do lago. A água luzia como um diamante beijado pela Luz do Sol, cintilando um azul-turquesa... anelado pela multi-cor que o rodeava; um arco-íris que se formava quando o Sol esbarrava no orvalhado da queda de água.
- Soberba paisagem... como num conto de Fadas! - pensou o Velho, fixando o olhar no cristalino espelho de água... onde seus olhos bebiam e brilhavam, como estrelas iluminadas pelo Rei Sol.
-“Quem gerou tamanha Jóia neste mundo de ninguém?!” - e juntando as mãos em concha usou-as como megafone... gritando com voz forte para quem o pudesse ouvir.
- Estou aquiiiii! - e de novo seu grito ecoou no espaço, dando o recado em várias frentes até ficar calado, mas num instante surgiu um sinal no fundo do Vale... adormecido a seus pés. Uma Manta Colorida deslocou-se no Céu Azul como um Véu, esvoaçando ao sabor da Brisa! Uma salada de Verdes, Encarnados, Amarelos, Anilinas... e muitas outras cores do imaginário coloriram o Tecto Azul numa Aurora Boreal! Mas a surpresa não se ficara por ali...
- Ohoo! Afinal não estou só! Mas... isto é Vida! Viva a Vida! Viva a Vida! - exclamava o Velho, entusiasmado pela companhia das muitas espécies de Aves que sobrevoavam o lugar, tornando o lugar num Paraíso sem igual. E num abrir e fechar de olhos o cenário mudou de visual, como que içando o pano numa peça de teatro. Ao palco subiram vários Personagens... de muitas espécies, algumas jamais vistas em qualquer parte do outro Mundo, aquele que pairava lá longe... suspenso no Céu. Naquele momento a ansiedade apoderou-se de si e por instantes a distância gerou solidão, sentindo-se só num Mundo longínquo do seu... e sem os "Seus".
- Mas... mas como sabem que estou aqui?! - meditava o Velho, viajando no tempo. - Aqui... onde?! Onde?! Eu não me despedi de ninguém! Como sabem que estou aqui se não informei ninguém?! Ninguém! E... nem eu sei onde estou!
O desespero aumentava e disputava a razão de causa por um sentimento entre dois Mundos: o presente... emanado de Paz, e aquele outro Mundo lá longe... parco do mesmo.
De olhos postos na Esfera Azul... a sua Terra, murmurava de surdina, tentando recordar o momento da partida... e o que motivara tão "leviana" viagem. Mas nada ficara registado, apenas parte do percurso ficara gravado na sua mente; um voo acrobático... como um Passarinho.
- Como vim cá parar?! - questionava-se o Velho, sem retirar o olhar do lugar de onde partira... e sem razão para tal. A saudade dava sinais de aperto e aliando-se ao desespero o nó ficara mais cego, difícil desatar o caminho de regresso. Num impulso instintivo tentou voar, mas esse dom que o privilegiara na viagem ao lugar encantado já se fôra, deixando-o estático... como uma estátua isolada olhando no tempo...
Naquele momento o tempo parara, nem as Aves estouvadas... exibindo um espectáculo acrobático repleto de cor e som o conseguiam animar. Araras, Cotovias, Pegas, Andorinhas, Melros, Canários e muitas... muitas outras espécies de Aves sobrevoavam o lugar, exibindo um espectáculo fenomenal, digno dum Paraíso encantado, mas na mente do velho o silêncio dominava, em seu redor tudo parecia escuro; só o Azul... na janela que seus olhos viam tinha sentido de existir. O seu ângulo de visão dimensionava-se apenas àquela Bola Azul suspensa no Céu, como uma Luz ao fundo do túnel; a saída desejada.
- Estou num buraco... bem fundo!... Como... como sairei daqui?! - interrogava-se o Velho, num murmúrio desesperado. O momento era de trevas e as forças esgotavam-se a cada instante que passava, mirando a sua Terra... lá longe, parecendo cada vez mais distante.
A sonolência apoderava-se da fraqueza do Velho, levando-o à exaustão e... moribundo, estatelou-se no Manto Verde, macio, fofo como Algodão... suave como Plumas de Pavão. Por instantes perdera os sentido, vagueando perdido no tempo e sem lugar, mas uma Fada Real fez jus ao seu poder sobrenatural; tocou suas mãos nas do Velho, sorriu e... com doçura exprimiu a saudação.
- Seja bem-vindo à Ilha dos Sonhos! - saudou a Fada, num tom meigo e acolhedor.
Naquele instante o Velho abrira os olhos semi-cerrados, preguiçosos e aturdidos pela Luz que radiava; a Áurea da Tiara usada pela Fada Real.
- Quem és tu?! - perguntou o Velho... ainda mal acordado.
- Eu sou a Fada Mariana, a Princesa deste lugar! - respondeu a Fada na doçura das suas palavras, exprimindo um sorriso aconchegativo.
O Velho ficou estático... sem falar, atarantado pelo milagre que acabara de assistir perante tão digno Altar; a Fada Princesa do lugar era Alma gémea de sua Filha... que vivia no outro lugar... lá longe! Perante tamanha confusão exprimida no rosto do Velho, a Fada sorriu, confortando-o através da ternura de seu olhar. O Velho Laico... prostrado no chão, adorava a Fada, mas mudo, sem palavras... mais calado do que o silêncio, ostentando um olhar canónico que Santificava a Musa... diante tão Nobre Altar.
- Não tenhas receio de mim. - disse a Princesa, oferecendo sua mão num acto convidativo, como que apelando. - Levanta-te... vem ao pé de mim e sente quanto Pura é a Liberdade no seio deste Jardim. - e perante o silêncio do Velho a Fada quase exclamou... no mesmo tom apelativo. - Desfruta a Paisagem! Vive a Vida no momento... e não julgues "passado" a Bola Azul que tens em mente!
O Velho nem pestanejou... como se estivesse sob efeito hipnótico, obedecendo de pronto ao apelo da Princesa segurou sua mão e sem meias palavras acompanhou-a, curioso e mais pasmado do que quando ali chegou.
A vista magnifica deslumbrou o Velho de tal forma que se esquecera de si mesmo, sentindo-se presente numa outra qualquer Encarnação... num Mundo de brincar. Após longa caminhada sentaram-se nos rochedos que adornavam o cume da Colina; uma cadeira Real no mais alto ponto miradouro sobre o Vale. Os sons ecoavam de todos os lados numa harmonia Celestial, um coro em sintonia... uma Orquestra Divinal. O chilreio das Aves, os balidos das Ovelhas, o coaxar das Rãs que se espraiavam na margem do lago... e todos os imagináveis sons eram Orquestrados numa Sinfonia pelos animais que moravam no lugar, soando música teatral; uma festa sem igual... numa sala de espectáculos com acústica natural!
As Borboletas faziam jus aos seus dotes de Bailarinas acrobáticas, exibindo seus padrões como vestidos de mil cores em bailados coordenados. E tudo à volta era fantasia na cabeça de "Menino... dum Velho varrido".
- Olha além do Vale! - sugeriu a Fada. – Vê a Vida Florescer na Paz do Esplendor desta Selva em Flor.
- Mas ali está o Mar! - exclamou o Velho, atarantado com tamanho presente... uma imagem familiar - Eu conheço aquele lugar!... Olha o Sol a beijar o Mar! - e num impulso levantou-se, espreitando mais além, murmurando num doce gemido... como que louvando: soluçou. - O Sol!... a poisar!...
Mas na penumbra do horizonte sua Majestade espreitava, aquela "Bola Azul", e preocupado perguntou : - Diz-me Princesa... como vou para além? - e com o dedo indicador apontou a "Bola Azul", esperando pela resposta da Princesa Mariana. A Princesa sorriu, elevou o olhar até à Bola Azul... estendeu-lhe a mão e disse:
- Vive a Vida neste lugar, respirando o ar puro em teu redor e não te preocupes, porque ainda tens muito para visitar! - lembrou a Princesa.
O Velho esboçou um sorriso, sentindo-se mais tranquilo quando escutou as palavras da Princesa. Estendeu sua mão... entrelaçando-a na da Fada e continuaram a galgar Montes e Outeiros, ouvindo os Pássaros "cantar aquela música fina"... característica daquele lugar. As mil cores com que a Flora coloria o quadro em seu redor pasmou-o de veras, e num grito de louvor proclamou:
- Viva a Vida na Ilha dos Sonhos! - e abraçado à Princesa do lugar... saltou, dançou e rolou no Verde Prado com todos os Animais, respirando o ar perfumado que pairava no lugar.
Depois de muitas e muitas loucas corridas pelos Vales, Montes e Outeiros da Ilha dos Sonhos a noite espreitava o lugar... lá longe, e a Princesa perguntou:
- Oh Velho... estás cansado? - e o Velho Laico esboçou novo sorriso nos lábios, acenando com a cabeça como que entendendo a dica da Princesa, aproveitando para se deitar sobre o Manto Verde... olhando o Céu, e disse:
- Adoro este lugar!... Oh Princesa... como poderei cá voltar? - a Princesa olhou-o nos olhos e disse:
- Sempre que queiras voltar as portas estarão abertas! - mas o Velho interpelou-a:
- Mas... se nem sei como regressar até à "Bola Azul"... e já estou a planear cá voltar... - a Princesa riu, e para o tranquilizar cortou o fio à meada:
- Não te preocupes; amanhã... quando acordares, perceberás como poderás voltar. – mas o Velho continuava a não entender e voltava à carga:
- Oh Princesa... mas quando é que regresso ao meu lugar? - insistia o Velho... quase como uma lamúria, mas a Princesa para o acalmar deitou-se a seu lado, e acenando para o Sol comentou:
- Quando a noite chegar, a Lua vai brilhar e nós vamos dormir um sono profundo, e amanhã... quando acordares, novo dia será... e verás como a viagem de regresso é mais rápida do que o que tu pensas.
Após o esclarecimento entraram numa conversa afiada noite dentro, curtindo as Estrelas que cintilavam num Tecto escuro... como que espreitando a Ilha dos Sonhos. E depois de tanta conversa chegara a hora de nanar, e o Velho... abraçado à Princesa, penetrou num sono profundo, sonhando com o lugar, mas de repente...
- Ooh!... Estava a sonhar!...- e sentindo-se abraçado à sua Filha Mariana sorriu no silêncio... percebendo onde estava murmurou seu "pesar". - Mas... a Ilha dos Sonhos foi um Sonho!... - e num gesto desanimado enrolou-se sob os cobertores... tentando embarcar numa viagem que o levasse até à Ilha dos Sonhos, mas no momento os sinos dançaram nos campanários da torre da igreja, repenicando seis potentes pancadas; anunciando a hora do despertar para a saga do dia-a-dia.
O Velho levantou-se... e depois duma noite passada num lugar como a Ilha dos Sonhos não haveria razão para desanimar, porque à noite tentaria a viagem; afinal a Princesa Mariana dissera que as portas ficariam abertas sempre que ele quisesse lá voltar. E assim foi; à noite o sonho levou-o àquele lugar maravilhoso... e encontrou a Princesa Mariana, a sua companheira de sonho na Ilha dos Sonhos!
Durante muitos e muitos anos o Velho Laico visitou a Ilha dos Sonhos, mas um dia não regressou, alongando a estadia para a Eternidade, mas deixara em testamento o Mapa do lugar e um Rol que narra a viagem até à Ilha dos Sonhos; uma mensagem a todos os sonhadores:
- "Vivam um Sonho igual"!...
Autor: "Domingos Quintas"
22/11/2008
22/11/2008
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